O dia 18 de outubro foi marcado, em Pernambuco, por uma homenagem especial aos profissionais que dedicaram parte de suas vidas à segurança pública do Estado. A data celebrou o Dia Estadual do Policial Civil e Penal Veterano, instituído pela Lei nº 18.022, de 20 de dezembro de 2022, com o objetivo de reconhecer o trabalho e a contribuição desses servidores que ajudaram a manter a ordem, a justiça e a proteção da população ao longo dos anos. Mais do que uma celebração simbólica, a data representa o reconhecimento da experiência, do compromisso e do legado desses profissionais, que seguem como referência para as novas gerações de policiais.
Entre as histórias que simbolizam essa trajetória está a da veterana Olga Câmara, primeira mulher a chefiar a Polícia Civil de Pernambuco, em abril de 2001. Com uma carreira marcada pelo pioneirismo e pela dedicação, ela relembra com orgulho a evolução da instituição e a importância de valorizar aqueles que construíram sua história. “Um dia estadual dedicado à Polícia Judiciária, conhecida pela população como Polícia Civil, é o reconhecimento do nosso valor no sistema de justiça e segurança. Nós somos os guardiões da lei. E, com certeza, todos os policiais sentem-se honrados, principalmente os nossos mestres, os que se foram e não podem participar dessa honraria. Mas os que ainda estão aqui, vendo essa homenagem, me sinto muito gratificada porque só faz polícia quem é apaixonado pelo trabalho de proteger a população”, destacou.
Olga também relembrou as barreiras enfrentadas pelas mulheres na década de 1970 para ingressar na carreira policial e as conquistas alcançadas ao longo do tempo. “Era difícil uma mulher passar no concurso da Polícia Civil na década de 1970. Em 1978, quando entrei, já havia uma pequena turma feminina. De 1978 a 1986, fui agente de polícia e, depois, me tornei delegada. Trabalhei na criação da segunda Delegacia da Mulher do Brasil e fomos pioneiros na implantação da Diretoria de Polícia da Criança e do Adolescente, voltada à prevenção, porque uma criança vítima de violência pode tornar-se um infrator. É um trabalho que exige sensibilidade e firmeza”, relembrou.
À frente da chefia da Polícia Civil, Olga Câmara fez história e mostrou que a competência e a liderança não têm gênero. Ela conta que sua experiência no comando da instituição foi marcada pelo respeito e pela colaboração entre colegas. “Exercer a chefia da Polícia Judiciária foi uma honra e um desafio. Não encontrei obstáculos nem por parte dos colegas nem da população. Sempre entendi que somos todos iguais, homens e mulheres, e que o respeito deve ser mútuo”, afirmou.
Com a sabedoria de quem viveu diferentes fases da segurança pública, a delegada defende que o respeito e a valorização dos veteranos são fundamentais para fortalecer as instituições e inspirar as novas gerações. “Nós preparamos o solo para que pudessem ser lançadas as sementes do bem, da seriedade e da honradez. Os jovens policiais precisam entender que ser policial é defender a sociedade, mesmo com o sacrifício da própria vida, sempre de mãos dadas com Deus e com a ética acima de tudo”, concluiu.