A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) afastou três policiais militares do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) suspeitos de envolvimento em um caso de estupro ocorrido na PE-060, no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife. A vítima, uma mulher de 48 anos, relatou ter sido abusada por um dos agentes durante uma abordagem de rotina.
De acordo com o boletim de ocorrência, o crime aconteceu na noite da última sexta-feira (10), por volta das 22h30, e foi registrado no dia seguinte na Delegacia da Mulher do município. Segundo o relato, a mulher seguia para a praia de Gaibu acompanhada de uma amiga e das duas filhas, de 16 e 9 anos, quando o veículo foi parado por três policiais. Após apresentar os documentos do carro, ela foi informada por um dos agentes sobre supostos débitos de licenciamento e multas.
Ainda conforme o depoimento, o policial pediu que a mulher o acompanhasse até uma sala no interior do posto, alegando tratar-se de um procedimento de praxe. No local, o agente teria apagado as luzes e cometido o abuso sexual. A vítima afirmou ter sido forçada a praticar sexo oral e, em seguida, foi liberada para deixar o local com as filhas e a amiga.
No sábado (11), a mulher procurou a Delegacia da Mulher e reconheceu o suspeito por meio de fotografias apresentadas pelos investigadores. As roupas usadas no momento do crime foram recolhidas para análise, mas, segundo o depoimento, ela não chegou a ser encaminhada ao Instituto de Medicina Legal (IML) para exame pericial.
A vítima também relatou medo de sofrer represálias, já que o policial teve acesso aos seus dados pessoais durante a abordagem. O caso foi encaminhado à Corregedoria da Polícia Militar, que apura a conduta do agente e busca identificar os outros dois policiais presentes na ocorrência.
O secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, lamentou o episódio e pediu desculpas em nome da instituição. “Minha primeira palavra é de solidariedade, de desculpa. É um fato inadmissível o que foi narrado, o que foi registrado. Uma violência praticada por um agente do Estado no interior de uma repartição, mas quero dizer que isso é uma exceção. As polícias de Pernambuco são formadas por pessoas muito qualificadas e não é esse o procedimento. Nós repugnamos isso de forma veemente e todas as providências estão sendo tomadas”, declarou.
Em nota, a Polícia Militar de Pernambuco informou que instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para garantir uma apuração “justa, transparente e completa” e que os policiais envolvidos foram afastados das funções operacionais enquanto as investigações estiverem em andamento.