Um homem foragido da Justiça de Pernambuco foi preso no Rio de Janeiro quase 36 anos após roubar e matar um taxista em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. O crime ocorreu em 22 de dezembro de 1989, às vésperas do Natal, e a captura foi realizada na última quarta-feira (3), no bairro da Pavuna, Zona Norte da capital fluminense.
De acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, agentes da 56ª Delegacia de Polícia localizaram o paradeiro do foragido, identificado como Adalberto Luiz da Silva, a partir de informações de inteligência e cruzamento de dados. A investigação apontou que ele vivia em uma região sob influência de facção criminosa. Para evitar confronto e riscos à população, os policiais efetuaram a prisão em um centro comercial.
O crime teve como vítima o taxista João Pereira da Silva, de 35 anos, que trabalhava com um Ford Del Rey. Ele foi abordado por Adalberto e um comparsa no Terminal Integrado de Passageiros (TIP), no Recife. Durante o percurso, os criminosos anunciaram o assalto e ordenaram que o motorista parasse o carro. João tentou fugir, mas foi atingido por disparos efetuados pelo comparsa e morreu. O veículo foi escondido e depois vendido a um terceiro, também denunciado no processo. O cúmplice que atirou morreu em janeiro de 1992, enquanto a denúncia por receptação contra o comprador do táxi prescreveu.
A pena contra Adalberto foi fixada apenas em novembro de 2012, quase 23 anos após o crime. Ele foi condenado a 23 anos de reclusão, multa de 115 dias-multa, além do pagamento de indenização de 10 salários mínimos corrigidos aos familiares da vítima. No entanto, permaneceu foragido e nunca cumpriu a pena. Durante o processo, sequer apresentou defesa.
Na sentença, o juiz Carlos Fernando Carneiro Valença Filho destacou que o crime foi motivado pelo desejo de obter dinheiro fácil e cometido de forma covarde, impossibilitando qualquer reação da vítima.
Após a prisão no Rio de Janeiro, Adalberto foi levado à delegacia e submetido à audiência de custódia. Em nota, o Tribunal de Justiça de Pernambuco informou que a Terceira Vara Criminal da Comarca de Jaboatão dos Guararapes ainda não foi notificada oficialmente sobre a captura. Quando isso ocorrer, caberá à Vara de Execução de Pena decidir se a condenação será cumprida no Rio ou em Pernambuco.