A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES) confirmou, na quinta-feira (18), três casos de infecção pelo fungo Candida auris no Hospital Otávio de Freitas, localizado no bairro de Tejipió, na Zona Oeste do Recife. Dois dos pacientes infectados morreram, enquanto um terceiro permanece internado em isolamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) respiratória da unidade.
Segundo a SES, os casos foram registrados em pacientes do sexo masculino, com idades de 33, 44 e 49 anos, todos com histórico de doenças pré-existentes, como acidente vascular cerebral (AVC), câncer e tuberculose. O paciente de 33 anos, único sobrevivente, apresenta quadro de saúde estável, mas segue em isolamento. As mortes dos outros dois pacientes, de 44 e 49 anos, foram atribuídas às doenças de base.
Após a confirmação, a direção do hospital suspendeu temporariamente novas admissões na UTI onde o paciente infectado está internado. A medida, orientada pela Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) e pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), tem como objetivo garantir a desinfecção completa do espaço e reforçar o monitoramento dos demais internados. As visitas continuam permitidas, mas com restrições no número de visitantes.
Entre as ações de prevenção contra a disseminação do fungo, a SES destaca a importância da higiene rigorosa das mãos, do uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e da desinfecção de superfícies, ambientes hospitalares e equipamentos médicos com produtos adequados.
O primeiro registro de Candida auris em Pernambuco ocorreu no final de 2021, no Hospital da Restauração, no bairro do Derby, área central do Recife. Na ocasião, a infecção foi confirmada apenas no início de 2022. Desde então, outras unidades de saúde enfrentaram surtos do superfungo. Em agosto de 2022, o Hospital Miguel Arraes, em Paulista, foi o segundo a confirmar casos da infecção. Em maio de 2023, os atendimentos no local chegaram a ser suspensos após a circulação de um paciente infectado por diferentes alas da unidade, sendo retomados em junho do mesmo ano. No mês seguinte, em julho de 2023, o Hospital Getúlio Vargas (HGV), no bairro do Cordeiro, também precisou interromper temporariamente os atendimentos após a detecção do fungo, com normalização uma semana depois. Mais recentemente, em junho de 2024, o Hospital Agamenon Magalhães, no bairro do Parnamirim, Zona Norte do Recife, alterou o funcionamento da emergência de clínica e cardiologia após a confirmação da infecção em uma paciente de 64 anos.