A aprovação de benefício fiscal no Recife para as empresas de jogos de apostas virtuais, as chamadas bets, foi criticada por parlamentares na reunião plenária da Assembleia Legislativa, na segunda (19.05). O projeto de iniciativa do prefeito João Campos (PSB), aprovado pela Câmara Municipal, alterou o Código Tributário do Recife para reduzir de 5% para 2% a alíquota do ISS sobre serviços de distribuição e venda de bilhetes e produtos de loteria — como bingos, cupons de apostas, sorteios e prêmios. A medida entrou em vigor no dia dois de abril. A deputada Socorro Pimentel, do União, demonstrou preocupação com os crescentes problemas de saúde mental, causados pelo uso excessivo de celular e pela compulsão por apostas online.
“O Brasil está adoecendo. Não apenas no corpo, mas na mente, no espírito coletivo de uma sociedade que vem sendo arrastada para o vício, para a ilusão e muitas vezes para o desespero e infelizmente para o suicídio.”
Renato Antunes, do PL, também lamentou o cenário nacional de dependência de jogos. Ele citou o uso do dinheiro do Bolsa Família para apostas e criticou a gestão municipal. “O brasileiro pensa que pode enriquecer do dia para noite e ‘tome a jogar’ no tigrinho. E agora a Prefeitura do Recife se torna o principal patrocinador dessas casas, quando diminui a alíquota de 5 para 2%.”
Já Rodrigo Farias, do PSB, justificou o projeto do prefeito pela necessidade de arrecadação. “Se ele não baixasse, a Prefeitura do Recife ia perder R$ 65 milhões de arrecadação anual para os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, e esse dinheiro é importante para as obras da Prefeitura, que está batendo recordes de investimentos nas áreas de morros.”
Do A Voz da Vitória