No último sábado (18), moradores do bairro Chácara Santo Antônio, na Zona Sul de São Paulo, realizaram um protesto em busca de mais segurança na região. A manifestação foi motivada pelo brutal assassinato do delegado Josenildo Belarmino de Moura Júnior, de 32 anos, ocorrido na última terça-feira (14), no mesmo bairro.
Com roupas pretas e cartazes, os manifestantes expressaram indignação e cobraram uma resposta efetiva das autoridades. Entre as mensagens exibidas, uma faixa resumiu o sentimento geral: “A violência rouba nossa liberdade”.
A violência na Chácara Santo Antônio tem sido uma preocupação constante para os moradores. Na quarta-feira (15), em entrevista ao jornal Estadão, moradores relataram a recorrência de crimes, como assaltos praticados por criminosos que se disfarçam de entregadores.
“Todo dia tem assalto aqui. A gente fica até nervosa quando passa moto, com medo. Porque eles (os assaltantes) fingem que são de entrega”, afirmou Márcia Ribeiro, funcionária de uma lanchonete na Rua Amaro Guerra, local onde o delegado foi morto.
Apesar das denúncias, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo declarou, em nota, que os índices de criminalidade na região apresentam redução. Segundo o órgão, entre janeiro e novembro de 2024, houve queda de 18,4% nos roubos e 4,4% nos furtos, comparado ao mesmo período do ano anterior.
Josenildo Belarmino, que havia ingressado na Polícia Civil há sete meses e atuava como delegado há dois, foi assassinado enquanto caminhava pela rua, em um momento de folga. Segundo a polícia, ele foi abordado por um assaltante, que, ao perceber que a vítima estava armada, disparou quatro tiros contra o agente.
A ação criminosa foi registrada por câmeras de segurança da área. O criminoso, que faz parte de um grupo que realiza roubos na região, levou o celular e a arma do delegado. O caso foi registrado como latrocínio (roubo seguido de morte), e a hipótese de execução foi descartada pela polícia.
A morte de Josenildo gerou comoção e revolta entre colegas de profissão, amigos e moradores do bairro. O delegado foi sepultado na última quinta-feira (16), em sua cidade natal, Chã Grande, em Pernambuco.
O protesto de sábado evidenciou a insatisfação da população com a segurança pública no bairro. Os moradores exigem maior patrulhamento e estratégias de combate ao crime. “Não podemos continuar vivendo com medo. Queremos respostas e medidas efetivas”, disse um dos manifestantes durante o ato.
Enquanto isso, as investigações seguem em curso, com as autoridades trabalhando para localizar e prender os envolvidos no crime que tirou a vida do delegado.